O Centro Integrado de Pesquisa (CIP) do HB foi a instituição com mais voluntários, 119, o que representa 41% dos 289 pacientes adultos internados nos 15 centros médicos brasileiros.
O estudo foi coordenado pelo Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa, vinculado ao Hospital Israelita Albert Einstein, em parceria com a Pfizer, farmacêutica que produz o tofacitinibe. Os resultados mostraram menor incidência de mortes ou falência respiratória por causa da Covid-19 entre pacientes que receberam o fármaco (18.1%) em comparação aos que receberam o placebo (29.0%). O estudo também monitorou os participantes pelo período de 28 dias e administrou o tofacitinibe por via oral.
Otavio Berwanger, médico e coordenador da pesquisa, disse que o tofacitinibe foi administrado no segundo estágio da evolução do coronavírus. A medicação sucede a manifestação dos primeiros sintomas e ocorre quando o sistema imunológico começa a produzir uma resposta inflamatória exacerbada.
A cardiologista Lilia Nigro Maia, diretora do CIP do Hospital de Base, uma das investigadoras do estudo e autora do artigo na revista, explica que o sistema imune é ativado ao entrar em contato com o vírus. Só que, em alguns pacientes, essa ativação vai além da conta, provocando uma reação inflamatória importante. “O tofacitinibe age modulando o sistema imunológico para prevenir que aconteça esta reação. Utilizado no momento apropriado, o medicamento evita a lesão do pulmão e, principalmente, a falência respiratória e a morte”, destaca Dra. Lilia.
O remédio começou a ser ministrado até três dias após a internação dos pacientes e utilizado por 28 dias ou até a alta hospitalar ou morte. Todos os participantes haviam recebido o diagnóstico de infecção pela Covid-10 por meio do RT-PCR, e a maioria apresentava pneumonia em decorrência do coronavírus.
Todos os testes foram conciliados com corticoides, não interferindo no tratamento padrão já adotado pelos hospitais em combate ao vírus.
De acordo com a estudo, os eventos adversos observados naqueles que receberam o tofacitinibe foram similares aos dos pacientes que tomaram placebo, fazendo com que o seu uso seja considerado seguro pelos pesquisadores.
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