Eu, que sou forasteira, vivi a era de ouro da Andaló e tomei meu primeiro chope no Zero Grau, em 1986, quando visitei a cidade pela primeira vez. O Zero Grau era tão movimentado quando o Babilônia (que desceu as portas primeiro) e o Mix, que atraía a nata de Rio Preto na esquina da Marechal. Era a Andaló punjante. Isso acabou e levou o Zero Grau ao encerramento de ontem. Daquela era, sobrou o Automóvel Clube, que luta para se manter aberto.
É inegável que o Zero Grau, que na década de 1980 era o principal ponto de encontro da cidade, sofreu perda gradativa de clientes devido às mudanças da avenida Andaló, que virou corredor de ônibus, teve proibido o estacionamento em toda sua extensão e deixou de ser referência para os boêmios.
“Não podemos culpar apenas a pandemia, entendemos que ela foi um acaso inesperado e nenhum comerciante imaginaria passar por tal situação. Mas, houve outros pontos como a desaceleração da Andaló como point na cidade”, explicou a família Di Paula, proprietária da casa, em nota divulgada pela assessoria de imprensa.
O fato é que Rio Preto está passando por redefinição de seu mapa gastronômico. A região Leste cresce com opções diversificadas de gastronomia e lazer. A região Norte, a mais populosa, já tem suas próprias preferências com a chegada recente de shopping e as principais redes de fast food, pizzas, lanches e drinks. A Redentora já é a principal localização de empreendimentos de alta gastronomia para a classe A. E a região Sudeste, que abriga a avenida JK, cresce a cada dia como opção para novidades em restaurantes, cafés e bares.
O fechamento do Zero Grau é triste, lamentável e representa o fim de uma era. Lá se realizaram grandes carnavais, ótimos reveillons e muitos happy hours embalados por música e chope gelado. Ficam as lembranças e a expectativa de que o ciclo de mudanças traga novos investimentos para a Andaló. Ou não. O tempo dirá.
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